quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Recebido por e-mail sobre o TGV

'Experimente ir de Copenhaga a Estocolmo de comboio. Comprado obilhete, dá consigo num comboio que só se diferencia dos nossos Alfapor ser menos luxuoso e dotado de menos serviços de apoio aospassageiros.A viagem, através de florestas geladas e planícies brancas a perder devista, demorou cerca de cinco horas.Não fora conhecer a realidade económica e social desses países, dariacomigo a pensar que os nórdicos, emblemas únicos dos superavitesorçamentais seriam mesmo uns tontos.Se não os conhecesse bem perguntaria onde gastam eles os abundantesrecursos resultantes da substantiva criação de riquezaA resposta está na excelência das suas escolas, na qualidade do seuEnsino Superior, nos seus museus e escolas de arte, nas creches ejardins-de-infância em cada esquina, nas políticas pró-activas deapoio à terceira idade.Percebe-se bem porque não construíram estádios de futeboldesnecessários,porque não constroem aeroportos em cima de pântanos,nem optam por ter comboios supersónicos que só agradam a meia dúzia demultinacionais.O TGV é um transporte adaptado a países de dimensão continental,extensos,onde o comboio rápido é, numa perspectiva de tempo deviagem/custo por passageiro, competitivo com o transporte aéreo.É por isso, para além da já referida pressão de certos grupos quefornecem essas tecnologias, que existe TGV em França ou Espanha (compequenas extensões a países vizinhos). É por razões de sensatez quenão o encontramos na Noruega, na Suécia, na Holanda e em muitos outrospaíses ricos.Tirar 20 ou 30 minutos ao Lisboa-Porto à custa de um investimento decerca de 7,5 mil milhões de euros não trará qualquer benefício àeconomia do País.Para além de que, dado hoje ser um projecto praticamente nãofinanciado pela União Europeia, ser um presente envenenado para váriasgerações de portugueses que, com mais ou menos engenharia financeira,o vão ter de pagar.Com 7,5 mil milhões de euros podem construir-se mil escolas Básicas eSecundárias de primeiríssimo mundo que substituam as mais de cinco milobsoletas e subdimensionadas existentes (a 2,5 milhões de euros cadauma),mais mil creches inexistentes (a 1 milhão de euros cada uma), mais milcentros de dia para os nossos idosos (a 1 milhão de euros cada um).Ainda sobrariam cerca de 3,5 mil milhões de euros para aplicar emmuitas outras carências, como a urgente reabilitação de toda adegradada rede viária secundária.Cabe ao Governo reflectir.Cabe à Oposição contrapor.Cabe-lhe a si reencaminhar esta mensagem ou deixar ficar.

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